sexta-feira, 4 de março de 2016

Perda

[Texto de: 30 de Setembro de 2011]
 
 
Nunca tive um sentimento de perda objectivo, isto é, alguém perto de mim ter falecido. Mas já senti o outro significado de perda, todos os dias. Olho para mim no passado e no presente e coisa que me preenche todos os dias é a perda, seja de pessoas próximas, seja de algo abstracto como as motivações, vontade de ser alguém, felicidade,... Todos os dias sinto uma grande agonia dentro de mim, olhas para trás e lembrar-me do quão inocente e feliz eu era, não percebia as coisas e não sentia como sinto hoje. Agora que me tiraram toda essa inocência e ignorância já nada é igual. Sou uma pessoa bastante triste com o que acontece a meu redor. Tudo me faz sofrer, mesmo que seja com o mínimo intuito de tal.
As pessoas não se dignam de responder pelas suas vontades, são mentirosas, egoístas, seres frustrados que só precisam de praticar o mal para se sentirem minimamente felizes, sim, só o mínimo. Mete piada que tenham de ser assim. Sou vítima desses actos maldosos todos os dias, talvez por ser diferente, afinal não me interessa ser cruel para me sentir dignamente feliz, porque não é esta a maneira que me faz levantar os dois cantos da boca, coisa a que eu chamo 'esboçar um sorriso'.
 
 O que me faz sorrir são os únicos amigos que hoje ainda me apoiam e me aturam de todas as maneiras possíveis, o gosto que tenho por ajudar quem precisa  e não rebaixá-los mais ainda e a pouca vontade que me resta de querer mostrar ao Mundo que sou capaz de ir mais além e querer ser feliz. Posso ter deixado de acreditar que tal coisa como felicidade, exista, mas ainda não parei de tentar encontrá-la, talvez porque tenho uma grande necessidade de sentir algo tão grandioso, maravilhoso e contínuo, mas acho que quando peço felicidade, estou a ser egoísta. Não quero felicidade somente para mim, quero felicidade para poder partilhá-la como todos aqueles que me rodieam, principalmente com aqueles que me alcançam o coração, coisa que sou capaz de o dar, todos os dias. São raros os momentos que o sinto, a querer pular para fora de mim, exorbitantemente. Momentos com pessoas que me fazem o dia e que se importam com o que eu sinto. São poucas as pessoas capazes de mexer comigo e me fazer nutrir algum sentimento de felicidade dentro de mim, poucas, mas verdadeiras. Pondo isto numa metáfora, seriam capazes de cometer o pior crime do Mundo para me fazerem sorrir/feliz. Esforçam-se por ter a minha atenção mesmo que lhes custe alguma dignidade. Têm a vontade pura de me ajudar nos piores momentos da minha vida. Estas pessoas fazem-me sorrir todos os dias e com elas gostaria de partilhar a felicidade eterna que um dia terei. Não gostaria, vou partilhá-la. Quero que eles sintam o que sinto, porque amigos choram connosco, riem connosco, sofrem quando sofremos e sentem-se felizes quando estamos felizes.
 
Raros momentos memorizados que recordo neste momento e me fazem querer ir à janela e gritar ao Mundo 'Tenho a meu lado amigos únicos!' Sinto algo dentro de mim, como um formigueiro e um nervosismo pouquinho de querer voltar a repetir esses pequenos capítulos da minha vida. Mais virão é verdade, mas esses momentos são únicos. Tal como quando alguém diz 'Gosto muito de ti', queremos que o diga hoje e amanhã e para sempre. São sempre as mesmas palavras, mas são palavras que têm um grande peso e sentimento por trás, obviamente. E é tudo um sentimentos envolto de uma grande quantidade de beleza e afeição.

Não quero mais perder as poucas coisas que tenho, não nomeio pessoas porque elas sabem bem quem são. Coisa que não me falta é dizer-lhes todos os dias o quão importantes são para mim, directa ou indirectamente. Eu digo. E volto a dizer aqui, a vocês, meus caros amigos, eu amo-vos incondicional,mente. Obrigado por serem os raros momentos e memórias de felicidade que alguma vez terei :)

A ouvir: Remember Everything - Five Finger Death Punch
 
Nana

Sem comentários:

Enviar um comentário